Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


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Neto, António Lino  (n. 1873)

Advogado e professor de economia do Instituto Comercial e Industrial de Lisboa. Passa depois a professor de direito industrial no Instituto Superior Técnico. Vice-reitor da Universidade Técnica entre 1938 e 1942. Fundador e dirigente do Centro Católico Português, eleito em 1919. Director do jornal católico A União, orgão do CCP, desde 19 de Janeiro de 1920, assumindo uma postura centrista, contra a ala monárquica dos católicos, expressa pelo jornal A Época, dirigida por Fernando Sousa (Nemo). Do seu grupo, apoiado pela Igreja oficial e pelo próprio Papa, faz parte António de Oliveira Salazar. Em  Maio de 1920 escreve que a Igreja  é a mais bela democracia que tem visto o mundo e a primeira democracia de todos os tempos. Nemo contesta, baseando-se em Charles Maurras. Também Pequito Rebelo em A Monarquia havia criticado o presidente do Centro Católico Português, em Março desse ano. Em  Dezembro de 1922 António Maria da Silva elogia António Lino Neto. Em 21 de Outubro de 1923, declara que o centro não é um partido político, embora represente uma influência de natureza política. Não pretendemos instalar-nos no poder nem confundimos legislação com regime. Em  24 de Novembro seguinte, toma posição sobre o governo nacionalista de Ginestal Machado: é necessário que a atmosfera de confiança que por toda a parte se vem desenvolvendo contra os políticos se não se acentue mais nem torne possível entre nós movimentos como os que lá for a determinaram a ascensão ao poder de Mussolini em Itália e de Primo de Rivera em Espanha. Em Janeiro de 1924 considera que o governo de Álvaro de Castro é um ministério de pessoas categorizadas. Acrescenta que a minoria católica condena e reprova, por fundamentalmente prejudicial ao povo, qualquer facto revolucionário, venha ele dos governantes com o nome de “golpe de Estado”, venha dos governados com o nome de “jornada gloriosa”. Condena todas as ditaduras sejam as de um regime, como a de Mouzinho da Silveira, as de um partido, como a de João Franco, ou as de um homem, como a de Sidónio Pais. Alerta contra os messias porque a solução da crise nacional está em cada um de nós, cumprindo simplesmente, mas inteiramente o nosso dever. Em Abril de 1924 profere conferência no Funchal: O Estado Moderno, Sindicalismo e Congreganismo. Ainda reúne a direcção do Centro Católico em 17 de Dezembro de 1931, quando esta organização decide não enfrentar a União Nacional.

 

·A Questão Agrária

(1908)


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